Neoplasias malignas do rim apresentaram incidência crescente ao longo das últimas décadas, numa média de 2% ao ano. Câncer renal em adultos corresponde a 2 a 3% de todas as neoplasias malignas. É o mais letal dos cânceres urológicos; tradicionalmente, mais de 40% dos pacientes morrem da sua doença, em contraste com 20% de mortalidade associada aos cânceres de próstata e de bexiga.
Tumor renal é duas a três vezes mais frequente em homens, sendo mais prevalente dos 50 aos 70 anos de idade, mas pode ocorrer em pessoas jovens.Câncer de rim pode ser esporádico ou estar associado a fatores genético/hereditários. Estima-se que 4% dos tumores são hereditários, geralmente multifocais, bilaterais e ocorrem em pacientes mais jovens.
Tabagismo é um fator de risco para câncer renal, duplica a chance de desenvolvimento desse tumor e contribui com pelo menos um terço de todos os casos. Outros fatores relacionados, porém, não esclarecidos claramente, incluem obesidade, hipertensão arterial, derivados da gasolina e de chumbo, irradiações e terapêutica com estrogênios.
O aumento na incidência dos tumores renais se deve ao uso mais prevalente de ultrassonografia e de tomografia computadorizada para avaliação de uma variedade de queixas abdominais ou gastrintestinais. No entanto, aumento dos diagnósticos de tumores assintomáticos e muitas vezes pequenos não tem sido acompanhado de redução concomitante nas taxas de mortalidade.
O que objetivamente mudou com diagnóstico precoce foi a possibilidade de ressecção somente do tumor com as técnicas de nefrectomia parcial, preservando -se assim parte saudável do rim. Tornou-se padrão o tratamento de tumores renais menores de 3 a 4 cm a nefrectomia parcial e para os tumores maiores a nefrectomia radical.
Essas cirurgias podem feitas abertas, por videolaparoscopia ou por robô, depende do treinamento do urologista e da disponibilidade dos equipamentos no local.
Após a cirurgia o segmento deverá monitorar a possibilidade de recidiva da doença no mesmo rim, a distância ou aparecimento no outro. Esse segmento permite a detecção mais precocemente.
Após nefrectomia radical/parcial, os pacientes devem ser acompanhados no mínimo com anamnese, exame físico, radiografia de tórax e ultrassonografia de abdome a cada três meses no primeiro ano, a cada seis meses no segundo ano e anualmente nos anos seguintes.
Fonte: Manual da Sociedade Brasileira de Urologia